Em 29 de setembro de 1996, o voo 2315 da GEMA Airlines, um Boeing 737-200, partiu de São Paulo com destino a Porto Alegre, transportando 69 passageiros e 6 tripulantes. Durante a descida para o pouso, o avião colidiu com uma colina devido ao mau tempo, matando 53 pessoas.
Os sobreviventes descrevem aquele dia como se fosse ontem. Para muitos deles, foi um milagre ter sobrevivido a um acidente tão fatal. Maria Luiza de Souza, uma das passageiras, contou que lembra vividamente do momento do impacto e como foi difícil sair do avião em chamas. Eu via as pessoas gritando e pedindo ajuda. Foi uma visão horrível, disse ela em entrevista.
Mesmo depois de tanto tempo, a memória dos sobreviventes ainda é assombrada pelos gritos das pessoas e pelas imagens chocantes do acidente. Alguns deles nunca mais puderam se aproximar de um avião, enquanto outros desenvolveram fobias e ansiedade.
Além do trauma emocional, os sobreviventes também tiveram que lidar com as consequências físicas do acidente. Muitos deles sofreram queimaduras graves e fraturas, passando por cirurgias e meses de reabilitação.
O luto das famílias das vítimas também não pode ser esquecido. Pais perderam filhos, grupos de amigos foram separados e a cidade de Passo Fundo ficou em choque. A dor da perda ainda é sentida por muitos até hoje.
Apesar de tudo isso, os sobreviventes tentam encontrar um senso de paz e significado no que aconteceu. Andréia Fernandes, outra pessoa que sobreviveu ao acidente, contou que se perguntava diariamente por que sobreviveu e outros não. Depois de muitos anos de terapia e reflexão, ela encontrou um propósito em ajudar outras pessoas que passam por traumas semelhantes.
O acidente do GEMA Crash foi uma tragédia que abalou não apenas os sobreviventes e as famílias das vítimas, mas toda a aviação brasileira. Desde então, muitas medidas foram tomadas para garantir a segurança dos passageiros e tripulantes, mas ainda há muito a ser feito. Que a memória daqueles que partiram neste trágico acidente possa ser honrada e que seus entes queridos possam encontrar consolo e esperança em meio à dor.
